O Arquiteto do Humano

O Arquiteto do Humano

Amar as pessoas, a natureza e o planeta dá sentido ao que faço e à minha vida e me leva a buscar o melhor de cada ser humano!

Nasci em Santos e, desde menino, queria proteger as baleias, os oceanos, os moradores das vilas caiçaras. As experiências vividas ali e as pessoas com quem convivi foram minha primeira inspiração para cocriar as Jornadas Épicas.

A segunda foi o vôlei. Atleta dos 15 aos 23 anos, jogava motivado por determinação, desafios e prazer pela aventura. Em quadra não tinha inimigos nem competia. Jogava comigo mesmo, trabalhando de dentro para fora. Conheci muitas realidades viajando e, aos poucos, o desejo de mudar o mundo foi desabrochando em mim. Adorava o vôlei, porém, não era o que mais desejava fazer. E parei de jogar para estudar.

Na arquitetura, encontrei minha terceira inspiração. Na FAU Santos, vivenciei um curso mais livre, sem a rigidez dos treinos, artístico. E, no movimento estudantil, tive contato com a diversidade de ideias e opiniões. Entendi que mudar o mundo era um processo “tribal”, no qual a presença do afeto era fundamental.

Aos poucos, também percebi como o meu pensamento sobre a arquitetura se voltava para “mudar a favela” e não “desenhar grandes obras”. O meu “chamado” era para a “inclusão do social”, atuando nas dores do mundo. E me questionava: como lidar profissionalmente com esse desejo tão profundo de mudar o Brasil?

Eu tinha uma certeza, ou inspiração: a emoção estaria presente em cada traço, em cada movimento que eu seguisse, sem medo de ousar. Participando da organização de eventos de estudantes da América Latina, entendi o sentido da palavra épico – pensar grande e reconhecer o valor de poder contar com o outro para realizar.

E, por meio de mais essa inspiração, passei a sonhar e articular para realizar. Hoje, na Epic Journey, desenvolvo e realizo atividades cujo principal objetivo é estimular as pessoas a trabalharem em times, acreditando que pequenos pedidos podem mudar o mundo.

Comprovadamente, isso pode ser rápido, divertido e sem colocar a mão no bolso! E fantástico!

Trabalhando na Tiba, logo depois da formatura, conheci o conceito da Bioarquitetura, um fazer voltado à vida, às conexões com o mundo, sem se voltar para a arte ou os objetos.

Essa experiência foi fundamental no Instituto Elos – onde atuei até 2011 –. Tenho várias histórias sobre esse período, ao lado de jovens arquitetos. A mais marcante, sem dúvida, foi o projeto de revitalização do Museu de Pesca de Santos. Trabalhamos com a comunidade por quatro anos (1996 a 2000). Foi o meu primeiro projeto em escala, envolvendo também negociações com governos, instituições. Juntos, desenhamos um processo gameficado, dando os primeiros passos para a criação de uma metodologia utilizada até hoje no Elos.

Experimentei os jogos para valer. E compreendi na prática: as pessoas podem trabalhar juntas, cocriar e transformar. Desse processo, surgiu o Guerreiros Sem Armas – minha última participação foi em 2010 – reunindo jovens do mundo inteiro, inspirados na capacidade de cada um de agir, interagir e realizar.

Ao cursar a pós-graduação em Jogos Cooperativos em 2001-2002, entrei em contato com conceitos inovadores e muito potentes. E, a partir da certeza de que o jogar pode mudar a consciência das pessoas, me inspirei nos Jogos Cooperativos do Projeto Cooperação e na metodologia dos Guerreiros sem Armas para desenhar e testar a primeira versão do Jogo Oásis.

Entre novembro de 2009 e maio 2012, vivi um período sabático, viajando por 42 países. Conheci projetos e pessoas incríveis e ampliei meus sonhos, acreditando no potencial de cada um de nós para salvar o mundo! Nessa época, criei o Play the Call.

Desde então, venho atuando na cocriação das Jornadas Épicas, mobilizando pessoas, organizações e comunidades a lidar com questões específicas para cuidar dos ambientes ao seu redor, por meio do jogar e do brincar. Acredito, que todo mundo quer oferecer ao mundo a sua melhor versão. E isso acontece, muito especialmente, quando se brinca, por todo o encantamento desse momento.

Por isso, se todo mundo quiser e colocar a mão na massa, será possível viver, em pouco tempo, em um mundo onde nenhuma criança sente fome, os idosos sorriem ao receber atenção e cuidado. E as árvores e toda a natureza são preservadas.

Quem sou eu? Bioarquiteto, Empreendedor Social, Ashoka Fellow, Game & Experience Designer, Mestre sem Cerimônias, Facilitador e Focalizador de Processos em Grupo, Docente de cursos de pós-graduação, Conselheiro do Instituto Coca-Cola e da Bem-te-vi, Visionário, Sonhador…

Sou, de fato, testemunha de belas histórias de transformações. Uso o poder da gincana, do brincar e da aventura coletiva para mobilizar indivíduos e grupos a juntos transformarem a si mesmos, a comunidades e a ambientes físicos, promovendo o cuidado e a celebração de toda a vida no planeta.